Continuam os confrontos entre manifestantes e forças de segurança no Egito, neste domingo (25), segundo agências internacionais. Boa parte dos choques ocorre nos arredores da Praça Tahrir, na capital egípcia, em frente à Universidade Americana do Cairo, de acordo com a gência estatal "Mena".
Opositores ao presidente Mohamed Morsi jogaram pedras contra soldados, que responderam com gás lacrimogêneo. Na praça, centenas de manifestantes gritavam frases como "abaixo o regime" e "abaixo o poder do guia espiritual", em referência ao líder da Irmandade Muçulmana, Mohammed Badia. O presidente Morsi militava na instituição antes de ser eleito e ainda possui vínculos com a irmandade, de acordo com agências internacionais.
A agência "Mena" acrescentou que as autoridades começaram a construir um muro de concreto para isolar a sede do Parlamento e do Conselho de Ministros, próximas à Praça Tahrir.
Os opositores mantêm em Tahrir um camping em protesto pela decisão de Morsi de aumentar seus poderes com um ato constitucional promulgado na quinta-feira (22), no qual declara que todas suas decisões são "definitivas".
'Ataque sem precedentes'A maior autoridade judicial do Egito criticou o ato que deu poderes extraordinários ao presidente Morsi, informaram agências internacionais neste sábado (24). De acordo com a instituição, o ato é um "ataque sem precedentes" à independência do Judiciário.
Em uma reunião de emergência para discutir o ato de Morsi, a Suprema Corte Constitucional pediu que o "presidente da República se afaste de qualquer coisa que viole a autoridade judicial".
Ainda neste sábado, partidos laicos e liberais, assim como os movimentos revolucionários, asseguraram que não vão deixar a Praça Tahrir, no Cairo, até conseguir que o presidente Morsi revogue as medidas do ato constitucional, que concentram os poderes políticos em suas mãos.
O anúncio foi realizado em um comunicado assinado por 15 partidos, entre eles o Partido da Constituição, encabeçado por Mohamed el Baradei, que já ganhou o Prêmio Nobel da Paz, a Corrente Popular Egípcia, liderada pelo ex-candidato presidencial Hamdin Sabahi, o Movimento Juvenil 6 de Abril e o Partido Social Democrata.
“Essas forças começaram um acampamento na Praça Tahrir até que a declaração constitucional caia. Ela deve ser rejeitada por todo revolucionário patriótico e nobre que tema por seu país e por sua liberdade, que foi alcançada pelos mártires com o seu sangue”, diz a nota.
Com o ato constitucional promulgado na quinta-feira (22), Morsi está acima da lei para declarar todas as suas decisões como “finais e definitivas” e reivindicar o poder para tomar “qualquer decisão necessária para proteger a revolução” de 2011, quando Hosni Mubarak foi derrubado.
Manifestações
Desde sexta-feira (23), milhares de manifestantes foram às ruas para protestar contra o ato constitucional de Morsi, que "blinda" seus poderes perante a Justiça. A praça foi cenário de duros confrontos entre parte dos ativistas e a polícia até a noite.
Desde sexta-feira (23), milhares de manifestantes foram às ruas para protestar contra o ato constitucional de Morsi, que "blinda" seus poderes perante a Justiça. A praça foi cenário de duros confrontos entre parte dos ativistas e a polícia até a noite.
Incidentes também registrados em diferentes cidades do país, especialmente em Alexandria, onde foram incendiadas três sedes do Partido Liberdade e Justiça (PLJ), braço político da Irmandade Muçulmana.
A vigília começou na sexta-feira contra as medidas anunciadas pelo presidente na véspera. O ato constitucional concentra poderes políticos na figura do presidente.
"Todas as forças políticas revolucionárias concordaram em começar uma vigília nesta sexta", disse em comunicado a Corrente Popular, de Hamdin Sabahi, terceiro colocado nas eleições presidenciais de junho.
A polícia usou gás lacrimogêneo contra manifestantes. O confronto ocorreu em uma rua que liga a praça ao gabinete presidencial e ao Parlamento.
Fonte G1.
Nenhum comentário:
Postar um comentário