O ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva (PT) surpreendeu ao afirmar, ao jornal O Estado de São
Paulo, que deve vir ao Ceará fazer campanha para o segundo turno da
disputa pelo governo do Estado. De acordo com o Estadão, o petista irá
priorizar ainda Mato Grosso do Sul, Goiás, Rio Grande do Norte e Pará,
interrompendo o forte trabalho que vinha fazendo em São Paulo para a
reeleição de Dilma Rousseff (PT).
Com a promessa de ser mais
atuante nas campanhas apoiadas pelo PT em outros estados, Lula deve
iniciar, amanhã, uma série de viagens pelo País na reta final das
Eleições 2014, porém a vinda do ex-presidente ao solo cearense é uma
surpresa para quem acompanha o cenário eleitoral local. O candidato do
PT, Camilo Santana, é, na verdade, mais próximo do governador Cid Gomes
(PROS), com quem o petista-mor não tem muita intimidade, tendo,
inclusive, a campanha coordenada pelo PROS, e não pelo PT.
Além
disso, desde a escolha do nome de Camilo, os Ferreira Gomes insistem na
vinda de Lula e Dilma ao Ceará para prestar apoio ao candidato, mas
nunca obtiveram sucesso. Isso porque o ex-presidente firmou acordo com
Eunício Oliveira (PDMB), adversário de Camilo no segundo turno, de não
intervir no cenário político local em troca da manutenção do PMDB na
base aliada da presidenta.
Após a derrota de Eunício, que vem
apoiando Dilma, no primeiro turno, por 1,4% dos votos válidos, a
presença de qualquer uma das duas lideranças nacionais do PT no Ceará
ficou ainda mais indesejada para o ex-senador. Uma possível vinda de
Lula para apoiar o candidato petista poderia gerar respostas negativas
imediatas contra o PT, uma vez que a presidência da Comissão Parlamentar
de Inquérito (CPI) da Petrobras pertence ao PMDB, representado pelo
senador Vital do Rêgo. Isso sem considerar que desagradar Eunício
significaria por em cheque, mais uma vez, a frágil aliança PT x PMDB.
Por
outro lado, apoiar Eunício seria declarar guerra aos Ferreira Gomes,
que detêm, hoje, o governo do Estado e a prefeitura de Fortaleza, além
de deixar a cabeça do eleitorado ainda mais confusa do que já está com a
política cearense, já que os candidatos apóiam Dilma e usam Lula em
seus materiais de campanha. E o peemdebista ainda conta com a presença
do senador eleito Tasso Jereissati (PSDB) em seu palanque, que apóia
Aécio Neves à presidência.
Em resumo, com o cenário de
acirramento que se delineou neste segundo momento da corrida pelo
Palácio da Abolição, o apoio de Lula poderia, sim, ser decisivo tanto
para Camilo quanto para Eunício. No entanto, independentemente ao
candidato escolhido, seriam gerados conflitos que poderiam refletir a
nível nacional contra o PT e a reeleição de Dilma, ou seja, seria um
risco pelo qual o partido, na atual situação da disputa pela
presidência, não deve correr.
Por ora, a agenda de viagens do
petista não inclui o Ceará. Com isso, o acordo de neutralidade no Estado
segue de pé. Nos outros estados, que não partilham da confusão política
cearense, Lula impulsionará as candidaturas de Helder Barbalho (PMDB),
no Pará; de Iris Rezende (PMDB), em Goiás; de Robinson Faria (PSD), no
Rio Grande do Norte; e de Delcídio Amaral (PT), no Mato Grosso do Sul.
Planos de viagem
Contrariando
os boatos sobre uma possível rixa entre Dilma e Lula, o ex-presidente
deve acompanhar, antes de partir para suas viagens pelo restante do
País, a presidenciável em uma visita a São Bernado do Campo, no ABC
paulista. Após acompanhar Dilma, Lula deve seguir em visitas ao Pará, ao
Acre, ao Amazonas e a Pernambuco, com o objetivo de prestar apoio a
lideranças locais e fortalecer ainda mais o eleitorado petista nas
regiões Norte e Nordeste do Brasil.
Apoio em 2018
Ainda
com o objetivo de espantar os rumores sobre atritos entre as duas
principais lideranças nacionais petistas, Dilma garantiu que, em uma
possível candidatura de Lula em 2018 à presidência, o ex-presidente
poderia contar com seu apoio. “Se depender de mim, com certeza eu
ajudo", afirmou Dilma à Folha de São Paulo, na segunda-feira (13).
Fonte: Ceará News 7 Via:Ipu Notícias
Nenhum comentário:
Postar um comentário